quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Decorar em ETAPAS dá certo!

Realizar o projeto dos sonhos leva tempo. É preciso planejar passo a passo, escolher cada item com cuidado e economizar para a compra de objetos do desejo. Saiba como neste roteiro.

(foto maior) Mesmo com a sala ainda meio vazia, é possível imaginar como ela ficará depois de pronta.

Calma, muita calma. Essa é a primeira recomendação do designer de interiores Roberto Negrete a seus novos clientes. "A casa é nossa segunda pele e o repertório para criá-la deve ser apurado aos poucos", afirma. "Quem tem pressa e compra tudo na mesma loja para terminar mais rápido corre o risco de montar um visual de show room." A saída? Comece por um bom planejamento, que deve ser o mais detalhado possível. "É preciso prever desde a posição das paredes até o lugar das coleções de enfeites", ensina. Com o projeto em mãos, fica fácil orçar cada item e eleger as prioridades. "E mesmo quem leva anos para executá-lo não corre o risco de perder o rumo no meio do caminho", completa a arquiteta Alice Martins. O roteiro a seguir vai ajudar nessa tarefa. Ele explica, em detalhes, o que compõe cada uma das etapas.

FASE I: ARQUITETURA

Invista primeiro nas transformações que implicam quebra-quebra. "Quem deixa essa etapa para depois sofre muito com a poeira ou acaba desistindo", a rgumenta a a rquiteta Cristina Bozian.

Desenhe a planta ideal
Analise o layout do imóvel e simule sua rotina ali dentro, agora e no futuro - se há crianças em casa, lembre-se de que logo elas estarão crescidas, com hábitos diferentes. Esse é o melhor momento para descobrir se há paredes demais ou de menos. Não se esqueça também de que pouca gente encara uma boa reforma depois de mudar.

Defina a rede elétrica...
Escolha a localização de todos os pontos de iluminação e eletricidade. "Mesmo apartamentos novos costumam trazer pouquíssimas tomadas", avisa Alice. Faça um inventário de todos os equipamentos que você tem - e também os que pretende ter um dia - e preveja onde instalá- los. "Isso evita que a casa fique cheia de canaletas para os fios."

...E também a hidráulica
Mesmo que os canos estejam 100%, analise a estética e a funcionalidade de torneiras e registros. Se não agradam ou não oferecem durabilidade, sai mais em conta trocá-los agora. "Também vale a pena instalar descargas que poupam água", diz o arquiteto Ricardo Miura.

Revestimentos e pintura
A instalação de pisos de madeira, cerâmica ou pedra, o uso de tinta e gesso e a fixação de azulejos e pastilhas também geram muita sujeira. Faça já - a menos que você opte por revestimentos que dispensem obras na instalação. Ainda assim, lembre-se de que mudanças do gênero exigem que os espaços sejam esvaziados e permaneçam desabitados por alguns dias até que o cheiro de colas e resinas se dissipe.

Soluções provisórias valem a pena?

Saiba em quais casos é possível apelar para saídas temporárias, já pensando na troca futura, e quando é melhor investir em algo duradouro.

SIM
Tapetes
. Eles vestem a sala. Se o modelo sonhado está distante, opte por um de sisal ou algodão. É barato e não dá pena de mudar depois. Cortinas. São fundamentais para proteger os móveis do sol. Enquanto espera para ter tecidos nobres, instale uma versão econômica.

NÃO
Armários
. "Baratear o projeto de marcenaria é gastar duas vezes, pois uma atualização implica em refazer o móvel", diz o arquiteto Ricardo Miura. Estante. Não reduza o tamanho da peça para economizar dinheiro. Se você acumula livros, CDs e DVDs, logo ela estará pequena.

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Quem nunca morou assim, só com as peças básicas? Nesta sala, entraram primeiro o sofá de Fernando Jaeger, a mesa de jantar de Sérgio Fahrer e as poltronas dos anos 1960.

FASE II: O INDISPENSÁVEL

Hora de ir às compras - e de consultar novamente o projeto. Importante: respeite as medidas ideais para garantir a boa circulação. "Na loja, é preciso descartar a emoção em prol da razão", ensina Roberto Negrete. Móveis principais

Cama, sofá e mesa de jantar figuram no topo da lista, mas leve em conta seu estilo de vida. "Há clientes que preferem se mudar com a cozinha pronta e pendurar as roupas numa arara", diz Negrete. Esse é também o momento para investir na marcenaria - o que nem sempre é viável. "O serviço chega a consumir 50% do orçamento", diz Alice Martins. "Então, divida-o em etapas, começando pelo rodapé." Cortinas e persianas

É um erro deixá-las para o fim: uma de suas principais funções é proteger os móveis do sol. "Janelas vestidas também ajudam a aquecer o ambiente", defende Cristina Bozian. O modelo preferido não cabe no bolso no momento? Tudo bem. Esse é um item que aceita uma solução provisória sem problemas (veja quadro na página anterior). Luminárias

Os pontos de luz no teto e toda a parte que envolve obra - forro de gesso, inclusive - já devem estar prontos a essa altura. Para criar um clima aconchegante, instale abajures e luminárias em locais estratégicos. As peças podem ser substitutas econômicas para os modelos de design nos quais você pretende investir no futuro.

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Nesta fase, chega o tapete (By Kamy), que define a área de estar. Mesa lateral Tulipa e cadeiras de jantar da Maria Jovem. Mesa de centro da Teto e luminária da r. Paes Leme, em São Paulo.

FASE III: BÁSICO II

Começa aqui uma etapa que demanda menos urgência. Ainda estamos no terreno das peças básicas, que podem até fazer falta no dia-a-dia - mas, convenhamos, não é tão difícil ficar sem mesa de centro por alguns meses.

Tapetes
Inicie a terceira fase pelo chão. "Tapetes são muito importantes porque compõem o ambiente e ajudam a delimitar espaços", diz Cristina Bozian. Se escolher um modelo sob encomenda, prepare-se para esperar em média 30 dias pela entrega. "Em lugares frios, convém antecipar a compra. O tapete é fundamental para aquecer o ambiente, sobretudo quando o piso não é de madeira", ressalta Ricardo Miura.

Móveis auxiliares
Eles também devem constar do projeto inicial. Comprá-los aleatoriamente é o primeiro passo para comprometer a circulação e prejudicar a harmonia do todo. Na maioria das vezes, explica Miura, são uma conseqüência natural da primeira etapa. "Ao posicionar móveis principais, a gente logo imagina aonde vão pufes, banquinhos e mesinhas." Nesse momento, aproveite para fazer uma reavaliação: você já teve tempo para testar a decoração na prática e descobrir se a distribuição original serve a seus propósitos. Mais uma vez, confira as medidas ideais e saia às compras com a trena na bolsa. Antes, porém, siga o conselho de Roberto Negrete: "Faça uma visita à casa de sua mãe ou avó, garimpe itens fora de uso e que tenham um significado especial para você. Eles imprimem personalidade à decoração."

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Objetos trazem vida a casa. Sobre as mesas de centro e lateral, enfeites da Zona D. Ainda faltam quadros, cortinas e etapas da marcenaria? Calma, você chega lá.

FASE IV: ACABAMENTOS

Há quem considere que essa etapa nunca termina. "A casa pode e deve aceitar pequenas mudanças permanentemente", diz Roberto Negrete.

Objetos
Controle a ansiedade de ver todos os espaços preenchidos. É gostoso ter superfícies livres para acomodar novas descobertas. O segredo é permitir que a personalidade e a história dos moradores se traduzam por completo. "A roda da bicicleta da infância pode enfeitar a parede", sugere Negrete.

Eletroeletrônicos
Hora de realizar os sonhos de consumo: a TV de LCD ou o home theater com som integrado em todos os ambientes. Você se lembra da rede elétrica instalada lá no comecinho? Com ela, é só plugar e usar.

Projeto de iluminação
Peças mais importantes já podem entrar em cena, como o lustre de design da sala de jantar. Se quiser, invista em uma automação sem fio.

Obras de arte
Adquirir quadros e esculturas é tarefa que não admite pressa. Eles não cabem no bolso? Confira a dica de Cristina Bozian: "Junte tudo o que gosta, do cartão escrito pelo melhor amigo às fotos de família, e ponha em molduras. Não é arte, mas é a memória de sua vida."

Reportagem Visual: ALDI FLOSI
Texto: FLÁVIA PINHO
Fotos: SALVADOR CORDARO
Ilustrações: ADRIANA KOMURA e SAMIRA CARDOSO

Revista Casa Cláudia

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